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Fim da reeleição é aceitável; mandato de 10 anos para senador é absurdo

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* Por Josival Pereira

O Senado deve enviar esta semana o andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição, estabelece o mandato de 5 anos, a unificação das eleições e mandato de 10 anos para senador. A proposta está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira (21/05).

A proposta prestes a ser votada na CCJ contém absurdos que tendem a atrapalhar a evolução da democracia no Brasil. São os casos da unificação das eleições e do mandato de 10 anos para senador.

Sobre a reeleição, teoricamente, o instituto é bom para a democracia e para a sociedade e está consolidado nas principais democracias do mundo. Parece justo que o cidadão tenha o direito de reconduzir ao poder o gestor que exerce o cargo com competência e promove o bem-estar da população. Entretanto, a reeleição se tornou um grave problema no Brasil. Estimulou o uso indevido da máquina istrativa por candidatos concorrendo ao segundo mandato, desencadeando um irrefreável processo de corrupção.

Não que não exista corrupção em eleições para um primeiro mandato. A questão é que a disputa da reeleição com o gestor no cargo facilita o uso de recursos públicos e desequilibra as condições de disputa, pondo fim ao princípio da paridade de armas, essencial à democracia. A cada eleição, as denúncias se agravam e é escandalosa a prática de abuso de poder por presidentes da República, governadores e prefeitos.

O correto seria conter a corrupção através de instrumentos legais e fiscalização por meio dos órgãos de controle, mas vai ficando comprovada a ineficiência do controle e o despudor político. Não existe perspectiva de mudar o triste quadro de corrupção instalado. Assim, a proposta do fim da reeleição acaba aceitável.

No contexto, também parece aceitável a instituição de mandatos de 5 anos, que seria o tempo necessário para planejamento e execução de um plano de governo.

Unificação de eleições é terrível

Sob argumento de contenção de gastos, a PEC contém a proposta de unificação de eleições para todos os cargos em data única, de 5 em 5 anos.

A ideia é terrível para a sociedade e a democracia. Em todas as democracias consolidadas existem pleitos intercalados ao principal, que geralmente é o presidente de República no presidencialismo ou de formação de gabinete no parlamentarismo. O comum é que ocorram eleições para renovação de parte do parlamento, com o objetivo claro de evitar que o presidente ou o primeiro ministro formem maiorias folgadas em eleições casadas. Também não é comum a realização de eleições regionais (estaduais ou municipais) casadas com a eleição geral.

A eleição intercalada serve quase sempre de avaliação dos governos instalados e da atuação dos políticos de uma maneira geral e um momento no qual a sociedade pode exercer pressão nos partidos e organizações partidárias no poder.

A unificação das eleições com o espaçoso intervalo de 5 anos significa o amortecimento da democracia. A sociedade perderá momentos automáticos de pressão. Do outro lado, os políticos terão o benefício de somente voltar às ruas de 5 em 5 anos.

Trata-se de um hiato de desmobilização política que também pode estimular a corrupção. Sem confrontos entre partidos adversários e sem palanques eleitorais, onde as cobranças acabam sendo apresentadas, os políticos podem se sentir tentados ao incremento da prática de ilegalidades. O longo tempo sem eleição pode favorecer o esquecimento.

O argumento de redução de gastos com a democracia é falso. Os gastos podem ser contidos com regras claras elaboradas pelo Congresso e fiscalização da Justiça Eleitoral.

O relator da PEC, senador Marcelo Castro (MDB/PI), até tem revelado a intenção de manter eleições estaduais e municipais intercaladas, mas a pressão dos congressistas é pela unificação para facilitar suas vidas. Pouco importa a democracia.

Mandatos de 10 anos

Absurdo sem qualificação é a proposta de instituição de mandatos de 10 anos para senador. Está na PEC e, praticamente, não recebe contestação.

Não precisa dizer que um político já maduro, como são os casos dos senadores, com 10 anos de poder garantido, tenderá a se acomodar e abstrair compromissos com suas bases políticas. Para muitos, o cargo será de aposentadoria da vida pública.

Argumenta-se que assim seria melhor para o país, pois, sem a pressão de eleições, os senadores poderiam agir com mais independência na revisão dos projetos de lei e na fiscalização da Executivo e do Judiciário.

Seja como for, a democracia sai lesada com mandatos tão longos e o Senado brasileiro vai virar um paraíso na terra.

Reeleição parlamentar

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em discussão no Senado não altera em nada as regras para eleição parlamentar. Porém, talvez devesse. É que, com o elevado montante das emendas parlamentares, deputados e senadores gozam de instrumento farto para financiamento eleitoral extra. Bancadas com recursos públicos, a reeleição tem se tornado mais fácil.

Se acabam a reeleição do Executivo por causa do uso indevido de recursos públicos, o privilégio não pode ser mantido para parlamentares. No caso aqui, o correto seria fechar a torneira das emendas.

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Candidatura de João ao Senado não é mais dele

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Começa a se evidenciar agora, claramente, e em nível nacional, uma situação que já desenhávamos aqui em dezembro de 2024 (29/12/2024) no texto com o título “Planos nacionais tornam candidatura de João ao Senado imprescindível”.

O apelo público do presidente Lula dirigido ao governador João Azevedo, no XVI Congresso do PSB, neste fim de semana, em Brasília, em defesa candidatura ao Senado confirma nossa avaliação. Já adiantávamos, no final do ano ado, que o risco de perda da maioria no Senado para a direita bolsonarista iria obrigar o presidente Lula a se envolver mais decisivamente na eleição para o Senado. O perigo de intervenção no STF e de desestabilização do governo fariam Lula, da mesma forma que Bolsonaro faz, mobilizar os melhores quadros país afora para disputar cadeiras de senador.

Assim, nossa avaliação, externada naquele momento, era que a candidatura de João Azevedo ao Senado estava acima das querelas e interesses locais. Na verdade, já ali, a candidatura de João não era mais dele. Lula tornou cristalina essa visão de um extrato da realidade da disputa eleitoral que se avizinha em seu discurso no congresso do PSB.

Mas o problema em jogo não é somente esse. Há uma outra questão, além dos muros da Paraíba, que impulsiona a candidatura do governador João Azevedo (assunto também abordado em nosso comentário de dezembro de 2024). Todos os quatro senadores da bancada do PSB (Chico Rodrigues, Cid Gomes, Flávio Arns e Jorge Kajuru) têm seus mandatos expirando no início de 2027. Não será fácil conquistar uma bancada do mesmo tamanho nas urnas. Se a quiser manter ou ampliar, o PSB terá que lançar candidatos com reais condições de vitória. Um desses possíveis candidatos é o governador João Azevedo.

Por mais essa razão, a candidatura de João ao Senado não é mais somente dele. É de Lula e é também do PSB.

Lógico que existem também questões políticas locais que empurram o governador para a candidatura ao Senado. Há tradição de candidaturas de governadores ao Senado, além do interesse das diversas forças políticas emergentes em assumir o comando do Poder no Estado.

Na esfera mais íntima, conhecendo-se o que se conhece do governador, é possível dispor que, não sendo adepto de virada de mesa de última hora nas articulações políticas nem uma pessoa com excesso de apego ao poder, o governador João Azevedo não ambicione manter o total controle do poder estadual. Sabe João, como ninguém, que fora do governo, o poder tem outro peso. Na política, o melhor talvez seja o poder solidário.

Ainda no compartimento do foro íntimo, em que pese ser espaço inível, não é possível que não e pela cabeça do governador que a vida esteja lhe oferecendo nova oportunidade de serviço público, agora no plano nacional, ou esteja proporcionando uma chance ascensão pessoal, ou que, o mandato de senador, possa ser o prêmio merecido por tantos anos dedicados ao serviço público, uma espécie de quase confortável aposentadoria.

Além de tudo isso, registre-se que a candidatura de João Azevedo recebe irrefreável estímulo das pesquisas de intenção de voto. Como ignorar uma realidade eleitoral tão promissora ou trocar tudo em sacrifício de um projeto de poder pessoal ou de um grupo de pressão? Difícil desprezar realidade tão nítida e oportunidade tão larga.

Eis, pois, o quadro e as forças que impulsionam a candidatura do governador João Azevedo ao Senado e a tornam praticamente irreversível. O quadro amplamente favorável não implica, porém , que João assuma imediatamente a postura de candidato. É preciso respeitar as conveniências do governo e construir uma transição de absoluta confiança para ele e para a Paraíba.

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Exoneração de Panta por Alvino é um clássico do ‘criador’ que é obrigado a desapegar

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Redação do Portal da Capital

* Por Suetoni Souto Maior

O prefeito de Santa Rita, Jackson Alvino (PP), apresentou o caminho da rua ao ex-prefeito Emerson Panta, do mesmo partido. O ex-gestor ocupava o cargo de secretário de Representação Institucional do município e, segundo o sucessor, não vinha apresentando resultados satisfatórios na pasta. A exoneração ocorreu na tarde desta segunda-feira (02/06), mas o distanciamento entre os dois, digamos, vinha sendo construído a conta-gotas.

Alvino foi eleito no município apoiado por Emerson Panta. A disputa, na cidade, foi bastante renhida e o prefeito precisou superar o comunicador Nilvan Ferreira, que tinha o apoio do governador João Azevêdo (PSB). ado o pleito, já investido na cadeira, o mandatário ampliou as articulações políticas, colocando em segundo plano o ex-prefeito. Este último, apesar de nomeado para a gestão e com promessa de apoio futuro, acabou perdendo espaço.

O prefeito costurou uma aproximação improvável com João Azevêdo e conseguiu emplacar a mulher, Fernanda Alvino, no comando do PSB na cidade. Em entrevista ao jornalista Heron Cid, após ser demitido, Panta apelou para a emotividade. Disse que o povo e a imprensa de Santa Rita sabem o que ele fez pelo prefeito.

O que acontece em Santa Rita hoje, na verdade, é o mais do mesmo na política. O criador sempre quer mandar na criatura e é obrigado a desapegar do poder por ela. Sigamos…

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Uma nova Polícia Civil está surgindo

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Redação do Portal da Capital

*Por Tibério Limeira

O Governo João Azevêdo já pode ser apontado – sem sombra de dúvida – como uma das gestões que mais promove concursos públicos na história do Executivo Estadual. É, seguramente, o que mais efetivamente nomeia os aprovados.

A convocação da terceira turma do concurso da Polícia Cívi, completando o quadro de 1.400 aprovados, ilustra bem que, na era João, vale a pena investir nos certames abertos pelo Governo do Estado.

Diferente de maus exemplos pretéritos, que lançaram os concursos em certo descrédito, a atual gestão abre seus processos seletivos com o compromisso de reforçar – de verdade – os quadros do Estado.

E assim o faz!

Mais do que honrar o compromisso assumido com os concursados, o certame da PC reforça os investimentos em segurança pública. E cria as condições para a construção de uma nova Polícia Civil.

Oxigenando as tropas.

Apostando em tecnologia.

Garantindo maior eficiência na investigação e combate ao crime.Reforçando a excelência de uma das instituições mais respeitadas do país.

Formando uma PC que já reflete, nas estatísticas, o avanço da segurança pública na Paraíba.

A terceira convocação contempla os 400 aprovados restantes. Mil já aram pelos cursos de formação.

E, nesta gestão, fazemos questão de garantir a previsibilidade:

Já temos as datas da segunda e terceira chamadas (1⁰ e 22 de julho), o período de matrícula (12 de agosto), a homologação definitiva (27 de agosto), além da aula inaugural marcada para 2 de setembro e a conclusão do curso de formação em 2 de fevereiro.

Conquistas não só do governo e dos concursados, mas de toda a sociedade. Pois os 1.400 homens e mulheres que estão sendo incorporados à Polícia Civil representam muito mais do que a ocupação de vagas.

Sinalizam, de forma concreta, que a segurança pública, hoje, é uma política de Estado. Não apenas um projeto de gestão.

A nova PC é da Paraíba – das paraibanas e paraibanos.

E seu fortalecimento institucional amplia sua capacidade de cumprir sua missão:

Salvar vidas!

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